Thursday, March 01, 2007

As fortunas do cortesão: etiqueta, dança e canto nas cortes européias.

Uma cena do século XV retrata um casal, em pose de dança, enquanto os cortesãos o seguem. Ao fundo, aparece o mesmo casal na cama das núpcias dos recém-casados. E num extremo da gravura, músicos trumpetistas tocam os ritmos das danças. Pelas vestimentas, reconhece-se a origem aristocrática dos convidados e do casal. E o casal solitário, na cama, trocando suas primícias, denota um individualismo incomum ao mundo medieval. Em todas as cenas do enredo da festa, a comemoração de casamento prenuncia a modernidade renascentista, a realidade do mundo das etiquetas e das fortunas do cortesão. A palavra “cortesia” tem em nossa língua, o sentido da pessoa “polida”, “educada” e “gentil”. Tal termo vem das referências da cortesania, ou seja, das práticas de etiqueta e dos modos dos gentis homens da corte. Na prática, esse fenômeno, embora provindo da Idade Média, acabou por se consagrar na Renascença, quando os plebeus, gentis homens e os fidalgos viam nos tratamentos e na gentileza, um elemento de ascensão social na corte e destaque pessoal. Daí perceber os longos e muitos tratados e livros, que a partir do século XVI, consagravam os modos e costumes de se postar publicamente na vida cortesana.

Para se compreender o fenômeno da cortesania, há de se entender o que era a corte. A sociedade medieval se refletia nas relações de estamento, onde cada grupamento social vinculava pactos familiares mútuos, em vista de proteções e alianças políticas privadas. A corte, neste caso, era o séqüito dos homens leais ao rei ou ao senhor feudal a fim de servir a sua casa dinástica. Os vassalos seguiam o rei ou o nobre de alta linhagem, promovendo sua causa e seu poder pessoal. Nisto, participavam dos rituais, festejos, missas, que exaltavam a figura real monárquica e davam vida às relações entre nobres. Na prática, a vida na corte era o ponto de encontro entre a monarquia e a nobreza, o teatro da vida social do aristocrata e de suas relações culturais, de entretenimento e da política. Era na vida da corte que o aristocrata se relacionava socialmente com os membros de sua classe e com o rei.

No entanto, a corte nem sempre foi um palco de sofisticação. Durante uma boa parte da Idade Média, a nobreza era conhecida pela rudeza e pela falta de polidez. Nos banquetes, os nobres comiam com as mãos sujas e quase sempre arrotavam e limpavam as mãos gordurosas na própria roupa. Isso quando não assoavam o nariz na manga dos próprios trajes ou nos librés dos criados. Era comum os homens gesticularem na mesa e baterem seus braços nas mulheres para comer. O trato para com elas era grosseiro e, em alguns casos, acintoso e indecente. O modo de falar nobiliárquico era jocoso, já que uma boa parte dos nobres não tinha o menor domínio da escrita. Eram quase todos analfabetos. Raro era um príncipe medieval que soubesse ler. Viam com desconfiança qualquer manifestação de cultura na aristocracia, uma vez que o ofício intelectual era uma prática de padres ou mesmo de homens efeminados. Foi com essa mesma pecha de efeminados, que os cruzados francos julgavam os sofisticados bizantinos, quando passaram por Constantinopla, durante a Primeira Cruzada. Os homens eram rudes para com as mulheres, e, em alguns casos, violentos. Espancar e surrar a esposa parecia aceitável, contanto que não a matasse. Se este costume odioso já existia na nobreza, entre o povo, era pior ainda. Embora as mulheres tivessem uma educação religiosa férrea, sob os auspícios da Igreja, elas eram conhecidas pela indelicadeza e sujeira. As mulheres medievais tinham os cabelos gordurosos e os piolhos eram relativamente comuns. Há quem afirme que um costume horrendo do senhor feudal era se aquecer no frio com os cães do curral. A falta de higiene e mesmo de zelo comportamental era espantoso. Banho, nem pensar! Na verdade, nem na Renascença e na Idade Moderna, a higiene era o forte do mundo europeu. Da plebe até os nobres, todos eram conhecidos pelo fedor. Os árabes e os indianos que descreviam os europeus, notavam uma peculiaridade reconhecível neles: o insuportável cheiro das roupas, dos cabelos e do corpo. Porém, o uso de cosméticos e perfumes introduzidos na corte, disfarçavam o mau cheiro, embora poderia ser particularmente desagradável tamanha mistura de odores. Os hábitos de lavar as mãos e usar o guardanapo já amenizavam a rudeza dos costumes.
Os palácios, quando patrocinavam festas, acumulavam sujeiras e restos de comida dos cortesãos. Se uma família nobre passasse meses distraindo um rei, havia a necessidade desesperada de ir embora do recinto, sob pena de a sujeira se transformar em surto de peste e doenças. Os servos aproveitavam a ausência das famílias aristocráticas, que se retiravam para outras propriedades, enquanto limpavam a absurdidade de lixo que era acumulada nas festas cortesãs. Centenas de aristocratas eram servidos nos banquetes e saraus, e toneladas de bois, carneiros e porcos eram abatidos para consumo. Os gastos eram astronômicos. Torneios, espetáculos teatrais faustosos, dança, música e poesia eram os divertimentos dos homens da corte. Há vários relatos curiosos sobre isso, no século XVI: um cortesão elizabetano chegou a construir um rio artificial perto de seu castelo, com artistas, navios e músicos, para agradar a rainha Elizabeth I da Inglaterra. Em 1550, na corte francesa de Henrique II, há uma peça teatral magnífica que retrata as coreografias e danças de ameríndios: participavam dessa encenação, os próprios índios tupinambás, junto com outros artistas, europeus, imitando os seus rivais tabajaras. Inclusive, encontravam-se prostitutas nuas imitando as mulheres índias. Os comerciantes de Rouen queriam agradar Sua Majestade Real e patrocinaram o espetáculo aos cortesãos. Encontravam-se na pequena cidade portuária da Normandia, Mary Stuart, futura rainha da Escócia, e o filósofo Michel de Montaigne.
Ademais, como arcar uma festa era sinal de status, uma delas, no século XVII, custou a prisão de um cortesão poderoso: Nicolas Fouquet, o outrora todo-poderoso ministro do Cardeal Mazarin. Ao patrocinar uma comemoração ao rei Luis XIV, Fouquet, o homem mais rico da França, atraiu o ressentimento do monarca. O súdito abastado, inclusive, doou um castelo para uma amante do rei. Durante anos, a ostentação do ministro, acumulada por um status político incomum e por uma vendavel da falcatruas, era uma ameaça ao poder absoluto, pelo menos na visão de Luís, que não aceitava alguém mais poderoso do que ele. Depois das festanças, o ingrato rei mandou prendê-lo e Fouquet acabou passando seus últimos dias na prisão.

Por influência da Igreja Católica é que os primeiros rudimentos da cortesania se desenvolveram nas cortes européias. De fato, este processo se deu pela introdução da educação às famílias nobres, que começaram a se sofisticar e aprender a ler e escrever. Isso implicou uma consciência e uma responsabilidade pública da nobreza em se distinguir das rudezas comuns à plebe. Daí surgem um conjunto de regras de etiqueta, a fim de se reportar à vida cortesã. A distinção aristocrática da corte implicava participar de uma vida social e uma casa dinástica que dessem status ao indivíduo nobre que fizesse parte do grupo. Por outro lado, as regras da etiqueta visavam harmonizar, humanizar o trato, tornando-o mais delicado, mais leve, mais polido e agradável ao público nobre. Todavia, a evolução da cortesania foi lenta e gradual, até chegar ao auge, com o Renascimento europeu.


A introdução do lirismo, da música e da poesia do amor cortês elevou o nível das aristocracias, que incorporou essa linguagem aos códigos de honra da cavalaria. Surgem os trovadores, homens de boa cepa, que compõem suas músicas, aos agrados das donzelas. Somou-se a isto, não somente uma linguagem poética própria de tratamento amoroso, como também um idioma próprio da corte, que fizesse a diferença em relação à plebe. As canções amorosas, as poesias e mesmo o dialeto aristocrático da corte era totalmente diferente e alheio ao idioma do povo. Na França, duques, marqueses, condes e reis tinham um dialeto que poderia parecer incompreensível para muitos plebeus. Na Inglaterra dos Plantagenetas, a corte de Eleanor de Aquitânia e mesmo do rei Ricardo, falava o francês comum na Normandia, enquanto o povo dominava o saxão e o que seria uma espécie de inglês primitivo. Os Duques da Borgonha, os senhores mais poderosos da França, talvez tão ou mais poderosos que o rei, tinham todo um código de regras e de modos de falar, que seriam desconhecidos para uma boa parte do povo francês. Quando as diferenças não eram grandes no idioma, o povo falava um dialeto vulgar, enquanto os nobres usavam de preciosismos lingüísticos para se distanciarem da fala plebéia. Em parte, isso refletia uma babel de línguas vernáculas que era o mundo medieval, cujos dialetos se diferenciavam de feudo para feudo. Contudo, a valorização de um idioma próprio da corte fazia valer uma importância cultural para os cortesãos e o príncipe que os promovia.

A dança na corte tinha como símbolo, a capacidade que o cortesão de entreter as damas ou mesmo se sociabilizar com seus pares. Em parte, a música, nas artes liberais, representava a harmonia das dimensões dos sons e a dança era a expressão corporal dessa harmonia. As danças mais famosas do mundo medieval são o Estampie, ou a “dança de sapateado” e o Saltarello, ou a “dança saltitante”, ambas apreciadas na corte. O Rondeau, dança apreciada em França, era acompanhada de canto. Aliás, cabe lembrar que uma boa parte das músicas para dança eram cantadas. Na Renascença, a dança ganhou a forma de autodomínio sobre o corpo. Acompanhando a música, o cortesão renascentista agradava com o domínio dos passos da dança, representando a sua própria esfera de independência e particularidade. E outros ritmos musicais, como a pavana, o branle, o minueto, a galiarda, dança "baixa" e "alta" e a morisca, conquistaram os salões europeus do século XVI. Ademais, os nobres italianos desprezavam a "mourisca" como uma dança vulgar, e, posteriormente acabaram consagrado aos costumes da corte. Mesmo o chamado "balare" era considerado uma forma imoral e escandalosa de dança de nobres e cortesãs, e curiosamente deu origem ao termo francês "ballet", incorporando aos gostos artísticos europeus.

Com a ascensão do comércio na Europa e a centralização monárquica, a partir do século XV, a corte começa a ganhar status, na supremacia da autoridade real. O rei acaba suprimindo a autonomia dos senhores feudais e mesmo suas “cortes” particulares e os encerrando sob sua mão férrea, em liames políticos, ou mesmo em guerras, enfraquecendo a autonomia política dos feudos. A corte acaba canalizando o centro da vida política do reino, já que é nele onde se localiza toda a fonte do poder. As lutas internas entre nobres e senhores feudais, em guerras internas e militares, são enfaixadas no ambiente da corte. A corte acaba sendo um teatro de lutas palacianas internas, de intrigas e disputas pelo poder e atenção real. E o rei, através dessa sociedade, controla, recompensa, pune e fiscaliza a ação de seus vassalos, próximos de sua autoridade pessoal, a fim de preservar seu domínio como chefe suserano. Inclusive, como um alto suserano, regulamenta casamentos e preserva a pureza da linhagem aristocrática das famílias.

A corte real, embora aristocrática, na Renascença, abre espaço para os novos-ricos, os gentis-homens e burgueses leais ao rei, que participam de sua burocracia pessoal. Neste aspecto, a “arte” da cortesania eleva a cultura intelectual como elemento de notoriedade. O individualismo, a ânsia por ascensão social e a idéia mesma de fazer fortuna e servir à monarquia, para seu próprio interesse, é uma característica da vida cortesana renascentista. Na verdade, a monarquia ou mesmo o príncipe queria patrocinar a cultura e a sofisticação em seu nome e captar os talentosos, ainda que plebeus, para seu proveito. Assim, a cultura intelectual e artística acabou virando objeto de distinção do cortesão. Se na Itália e no resto da Europa, a moda de várias cortes era cantar melodias e canções em italiano toscano, já que isso imitava o requinte cultural de Florença, por outro lado, a França, na figura do rei Francisco I acabou por elevar a língua francesa como a “chanson” de sua época. Na corte francesa já havia uma tradição consagrada de canções de amor, nas figuras clássicas dos compositores flamengos Machaut e Dufay. Porém, o francês aristocrático e o italiano de Toscana se tornaram o glamour das canções de amor da Europa do século XVI, precisamente pelo destaque com que esses idiomas e essas cortes patrocinaram a cultura artística e musical. E a dama palaciana era o símbolo da devoção amorosa, o amor platônico por excelência nas festas cortesanas, a inspiração elevada da donzela virtuosa. Ainda que essa dama palaciana fosse uma cortesã. . .

As regras de etiqueta se tornam mais rígidas. Comer bem à mesa, cortejar as damas, participar das reuniões e solenidades da corte, demonstrar um modo de falar polido, falar várias línguas, caçar, saber dançar e cantar, tocar instrumentos musicais, manejar bem a espada, andar a cavalo, tudo se tornou objeto de atenção da corte e do rei. Cada corte tinha sua regra de conduta. Até no ato de vestir-se, a corte ditava regras: na Espanha, os nobres costumavam usar roupas negras, em sinal de austeridade. Um nobre que se vestia de modo francês em Portugal, dizia-se que se vestia "a francesa", ou então "a castelhana" dependendo do modo de trajar semelhante às respectivas cortes. As roupas, em geral, eram pesadas e ornamentadas, para mostrar a posição social do nobre. Havia outro motivo para o peso e garbo das vestimentas: as pessoas escondiam a magreza do corpo, já que a subnutrição também existia entre famílias nobres. Ainda que se banqueteassem com alimentos calóricos, as doenças e por vezes a escassez de alimentos não poupavam os aristocratas. Daí a se compreender o porquê da mulher farta, ociosa, rechonchuda, ser o objeto de desejo do homem europeu do século XVI. Pois as pessoas gordas e saudáveis eram raras. Os europeus, em geral, possuíam uma variação pobre de alimentos. É certo que os nobres se alimentavam bem melhor do que as classes baixas e raramente conheciam a fome. Todavia, períodos de seca e más colheitas eram relativamente comuns e isso pesava no alimento dos nobres. Aumento de tributos e taxas contra as classes baixas gerava revoltas ferozes entre a população comum.
Em Portugal, os nobres costumavam usar espessas barbas. Isso se deve a uma história, no mínimo curiosa: um infante do final do século XV, herdeiro do trono português e filho do Rei João II, o "Principe Perfeito", numa tarde de equitação, acabou caindo do cavalo. O filho do rei acabou por falecer, chocando toda a sociedade portuguesa. O pai jamais se perdoou por ter convidado o filho a passear com ele. E num sinal total de luto, os cirurgiões-barbeiros lusitanos ficaram greve durante seis meses sem cortar a barba dos súditos. No final da história o povo inteiro, das classes baixas e altas, estava barbudo, e a moda pegou. Afirma-se que essa moda se alastrou até na Espanha.
Entretanto, as mudanças da corte causavam certo impacto na sociedade aristocrática. Comenta-se que quando foi introduzido o garfo em uma corte, por volta de 1520, tal prática causou tamanha estranheza entre os convidados, que estes resolveram comer à moda antiga, ou seja, com a mão de um lado e a faca de outro.

É neste ambiente histórico que surgem os chamados tratados de cortesania, ou de boas maneiras. Um dos mais importantes desses tratados foi o “Livro do Cortesão”, de Baldassare Castiglione, em que ele escreve um colóquio entre nobres, sobre o cortesão ideal. Antes de retratar um arquétipo ideal de cortesania, Castiglione acabou por criar uma verdadeira filosofia da corte, na figura do nobre educado, refinado, cheio de autodomínio, que soubesse boas maneiras, dançasse, tocasse música, falasse várias línguas, e demonstrasse isso sem afetação ou arrogância. A palavra preferida do homem cortês era a "sprezzatura", ou seja, a displicência. O cortesão autêntico haveria de demonstrar suas qualidades e dons como se fosse algo natural dele. O livro do Cortesão foi uma verdadeira febre nas cortes européias e quando foi traduzido para o inglês, por volta de 1560, tornou-se o best-seller do nobre ou do gentil-homem plebeu inglês.

O próprio Erasmo de Roterdã escreveu livros de boas maneiras aos príncipes, para que estes fossem exemplos de reta e justa vida cristã ao povo. Porém, há outros tratados que é pura afetação lingüística e retórica, como “Galateo, ou dos Costumes”, que foi escrito por um homem de alto clero, Giovanni dellla Casa. A cortesania, neste caso, acaba por se tornar um jogo de encenação pública, de dissimulação. Isso é explicado pelo ambiente político que se tornou a corte, desde a ascensão das monarquias. As disputas políticas, como os ódios mútuos entre nobres rivais são disfarçados na polidez de seus atos. “O Principe” de Maquiavel é o retrato cruel do príncipe ou do nobre, num ambiente de vida da corte, sem os modismos, as etiquetas e os refinamentos nobres que consagravam a realidade cortesã. É o retrato cruel da violência política no século XVI na Itália, com seus príncipes tirânicos, seus “condottieri” mercenários e sanguinários, suas guerras violentas por territórios, dinheiro e poder.

No século XVII, o jesuíta espanhol Baltasar Gracián escreveu “El Arte de la Prudencia”. Muito antes de ser um conjunto de regras sobre o comportamento humano, poderia ser umas dicas de como viver na corte. Gracián é de um realismo profundo da natureza humana. Analisa as minúcias, as mesquinharias do gênero humano e como lidar com elas, em seu belo tratado de prudência. Em uma época particularmente difícil na Espanha do século XVII, com a inquisição em plena força e conspirações a mil na vida aristocrática, Baltasar Gracián teve grandes problemas quando publicou suas obras. A própria Igreja e a Ordem religiosa no qual participava não viam com bons olhos um homem ordenado monge escrevendo sobre coisas mundanas. Em geral, essas obras de cortesania retratam uma verdadeira psicologia do homem, e a maneira, por vezes, dissimulada, hipócrita, dos atos humanos. A mensagem, implícita, nos tratados de cortesania, é que polidez, a capacidade retórica e a percepção das pessoas atenuam o lado ruim e perverso do homem.

Se a cortesania nasceu nobre, requintou as cortes e deu incrementos posteriores para civilizar a própria plebe, nos planos de conduta, ela também acabou por se degenerar em ociosidade, bajulação e afetação aristocrática. No livro de Castiglione, o nobre ideal cortesão é leal a seus senhores, mas destemido e rebelde, quando o suserano quebra um pacto ou viola um princípio moral de honra. Há nisso um resquício medieval de cavaleiro, uma certa crença de autonomia e responsabilidade individual do nobre perante a sua casta e seu status social. Mesmo em uma obra como a de Baltasar Gracián, a aparente malicia do indivíduo que adota seus conselhos visa conhecer o mal do homem, procurando buscar disso um bem. Na realidade, porém, o poder acaba por sucumbir as melhores almas e a corte se torna um vendaval de “beija-mãos” e dos interesseiros, que usam das artimanhas da sedução para a conspiração e o desejo de poder.

Símbolo da gentileza, da virtude, da alta cultura e da nobreza dos costumes, e ao mesmo tempo, ardiloso, sedicioso e dissimulado, essas são as fortunas e desventuras do cortesão renascentista, a sua dualidade num palco mundano de lealdades e traições que é a corte.
(Danças e peças instrumentais da corte medieval).
(Danças e peças instrumentais da Corte Renascentista).

5 comments:

Anonymous said...

Bem, Senhor Conde, fiquei muito impressionada com as informações que seu blog contém. Sinceramente ele me atraiu bastante, a respeito principalmente das invasões muçulmanas e das mulheres na idade média.
Ah sim, será que vc teria mais informações sobre a Andaluzia, em especial Granada, a respeito da influência da cultura árabe na arte de lá? Faço dança do ventre e curso História na UFRJ, e este tema é um dos que mais me interessam para minha monografia. Vc poderia me indicar algum livro ou site que trate sobre este assunto? Meu e-mail é celia.daniele@yahoo.com.br ! Parabéns pelo blog!

Mr said...

Seu blog é incrível - gostei mesmo. Pus um link para este no meu e espero que os números de visitas aumentem. É rara a cultura que você mostra ali, gostei mesmo!

- Ramir.

Frioleiras said...

obrigada.......................

muitíssimo !......................................

Anonymous said...

Tens as referências bibliográficas desse texto?

Conde Loppeux de la Villanueva said...

Posso ver pra vc isso. Dá um trabalho tremendo. Abraços. Mande-me seu email.