Tuesday, February 13, 2007

L´homme Armée: a Missa do cavaleiro armado contra os turcos!

No século XIV, um cavaleiro catalão, de nome Jeanot Martorell, escreveu uma obra-prima da literatura medieval: Tirant lo Blanc. A obra representa o auge dos livros de cavalaria, como também, a sua decadência, posteriormente retratada na obra de Cervantes, Don Quijote. De fato, Cervantes faz uma leve homenagem a obra “Tirant”, quando cita que o autor da obra devia ser jogado às galeras. Muito se comenta a origem de tal expressão; na verdade, era um trocadilho: “galera” não significava necessariamente o navio de remo, cuja força era movidas por escravos e sim as chapas de impressão de um livro. Além dos enredos fantásticos, inverossímeis e extraordinários da obra, há outro elemento marcante, que reflete os contextos da história: a reconstituição do imaginário europeu do século XIV. Em particular, retrata vários costumes comuns da Espanha no século XIV, como também do mundo europeu desde então. Uma delas, diz respeito aos valores, responsabilidades e ritos da cavalaria medieval. Em dedicatória ao Príncipe Dom Fernando de Portugal, o gentil homem Martorell fala das razões de sua obra, descrevendo as atribuições da nobreza e os valores da cavalaria: “(...)considerando a afeição e o desejo permanentes que tenho por servir vossa formidável senhoria, a relevando a rudeza da estrutura e desequilíbrio das sentenças, a fim de que por vossa virtude a divulgueis entre os servidores e demais pessoas, para que dela possam tirar o fruto adequado, sensibilizamo-nos o ânimo, e a fim de que não temam os duros feitos das armas e tomem partidos honrosos, empenhando-se no bem comum, para o qual existe a milícia. Ademais, esta obra iluminará aqueles que moralmente pertencem à cavalaria, apresentando exemplos de bons costumes, eliminando a urdidura dos vícios e a ferocidade dos atos monstruosos”.

Há uma particularidade neste trecho, que reflete o caráter da nobreza medieval: a de “milícia” pública, autoridade reconhecidamente política, na defesa, pelas armas, dos povoados, províncias, cidades e reinos. As ordens militares, e, concomitantemente, a ordem de cavalaria, servem para defender o povo contra a investida dos saqueadores e impor a ordem pública. Há de se compreender que o caráter público e privado se confundia na Idade Média: as famílias, as associações, as ordens militares e religiosas, eram sociedades privadas e políticas ao mesmo tempo. O status individual de cada membro dessa sociedade era pré-determinado pela casta a que pertencia e isso implicava solidariedade, num mundo violento e turbulento. Isso retrata, em parte, o caos político do mundo medieval e a força das associações privadas como elemento de sobrevivência. O indivíduo encontrava proteção em sua casta, sua família e suas alianças privadas. Suas ligações de vassalagem e suserania implicavam acordos mútuos, que iam desde alianças entre nobres de linhagens hierarquicamente diferentes, como até casamentos políticos. Entre trocas de favores, alianças familiares e políticas e homenagens entre senhores feudais e vassalos, a sociedade política medieval, precária, conseguia criar seus vínculos orgânicos de estabilidade social.

Por outro lado, a religião cristã era um consenso dentro da divisão política do mundo feudal. Ela era o consenso maior dentro da fragmentação política européia. O liame que unia o nobre, o plebeu, o servo, o homem livre, o burguês e mesmo o clero, era a Cristandade, que compreendia tanto os valores do cristianismo, como a sua representação institucional, na figura da Igreja Católica. Foi a Igreja quem criou a união espiritual da Europa. A sua autoridade fundamentou uma ética comum entre todos os povos europeus, unificando-os no plano dos valores, da cultura intelectual, das artes, da família, das instituições políticas e mesmo das regras da cavalaria e da nobreza. A finalidade da Igreja era orientar as instituições políticas e sociais, em vista dos valores de um ideal cristão de sociedade.

De fato, ficou por conta da Igreja, todo o legado da cultura clássica grega e romana, além da educação no mundo medieval. Em parte, esse predomínio cultural foi causado pelo total alheamento das variadas classes sociais, entre os quais a nobreza e a plebe, que não se interessavam pela manifestação intelectual. Isso criou um vácuo em que o clero se incumbiu de preencher, já que todo o legado de Roma estava na tradição intelectual da Igreja. Muitos afirmam que a Igreja quis “monopolizar” a cultura intelectual da Europa medieval: há um mito exagerado nisso, pois, na prática, a Igreja só monopolizou a cultura, precisamente porque não havia nenhum outro grupo que se inteirasse pelo conhecimento intelectual. Os nobres, em geral, eram analfabetos, e uma boa parte deles só pensava nas artes da guerra e da “milícia”. Até o imperador Carlos Magno não sabia ler e, só depois de muito tempo, aprendeu o latim. Os plebeus, entre os quais, servos e camponeses, apenas pensavam no esforço cotidiano das colheitas e somente muito tempo depois, as classes urbanas começaram a se interessar pela instrução, fundando os elementos culturais de um mundo laico.

Isso porque os livros eram muito caros e inacessíveis, além de valiosos. As bibliotecas medievais eram muito escassas de livros. Raramente passavam de mil exemplares. As práticas artesanais de fabricação de livros eram manuais e bastante precárias para produzi-las em grande escala. Embora seja difícil comprovar, afirma-se que só no século XIV, a fabricação de livros não passava de cem exemplares em um século. Havia um elemento adicional a isso, que era o fato de a população ser, em sua maioria, analfabeta. Daí a necessidade de livros serem produzidos apenas a uma classe minoritária de eruditos em mosteiros e universidades.

Alguns historiadores afirmam que a imposição do latim, enquanto língua litúrgica da Igreja, foi um precedente da monarquia carolíngia, que engendrando a nova unidade imperial, queria fundamentar um vínculo comum dos povos. Havia uma tendência interna, embora minoritária da Igreja, de considerar as línguas vernáculas na tradução de textos bíblicos ou mesmo nos ritos da missa. A ortodoxia grega, muito mais liberal neste sentido, considerou o vernáculo bíblico e quando iniciou o processo de conversão da Europa Oriental, traduziu uma boa parte de sua liturgia para o eslavônio. A Igreja Católica pretendia fazer essa concessão, quando os monges bizantinos Cirilo e Metódio quiseram pregar o cristianismo, dentro dos princípios do vernáculo. Porém, Metódio acabou sendo preso e o latim foi imposto como condição da difusão doutrinária da Igreja.

Se por um lado, a imposição tradicional do uso do latim pode ter dificultado a introdução do catolicismo romano no mundo eslavo, por outro, facilitou o processo de unidade da Igreja na Europa Ocidental. A sociedade européia medieval era uma babel de dialetos: elas variavam de feudo para feudo, casta por casta. Os nobres falavam um dialeto próprio, diferente da plebe; e as variações lingüísticas eram as mais complexas possíveis. Na Inglaterra normanda do século XII, os nobres ingleses falavam francês d´oil, enquanto a plebe falava o saxão e os rudimentos do que seria o inglês moderno. O rei da Inglaterra Ricardo Coração de Leão raramente usou o inglês em toda sua vida. Falava o francês do seu feudo, na Aquitânia, e uns rudimentos do latim. O latim, língua oficial da igreja e dos eruditos doutores do clero, tornou-se uma espécie de idioma comum do mundo medieval. A importância cabal dessa adoção, do ponto de vista cultural, foi a vinculação e difusão da cultura romana na sociedade européia, que conseguiu preservar suas raízes. Não haveria sentido escrever em língua vernácula no mundo medieval, sabendo-se que ficaria restrito apenas a um feudo ou cidade em particular. O latim significou um vínculo de comunicação entre os povos da Europa e sua cultura. Essa tradição intelectual de intercomunicação latina perseverou até o século XVIII, quando o latim foi substituído pelas línguas vernáculas modernas.

Outra discussão, muito polêmica, diz respeito à difusão da bíblia no mundo medieval. Muito explorada pelos críticos da Igreja, em particular, os de fé protestante e mesmo alguns céticos, diz respeito ao controle dos textos bíblicos. No entanto, há de se entender essa margem de idéias, dentro do contexto histórico. A leitura da Bíblia nunca foi condenada no mundo medieval. O máximo que a Igreja restringia era a livre interpretação dos textos bíblicos, que quebrassem a unidade e tradição da Igreja, gerando a heresia. Há se compreender que a unidade religiosa da Europa era uma questão essencial, um consenso político, cuja ruptura poderia causar sérios conflitos e convulsões sociais. As revoluções milenaristas medievais eram frutos da interpretação errada de textos, que fora de seu contexto tradicional, acabavam por gerar conflitos e guerras. O ápice dessa dissidência interna da Europa foi a Reforma Protestante, quando a revolta teológica de Lutero acabou por se tornar uma revolta nacionalista e religiosa, causando uma guerra civil na Alemanha e entre países no continente. A fragmentação do cristianismo europeu, no século XVI, foi um dos processos mais traumáticos e violentos da história européia.


Ao seguir a filosofia agostiniana de suma autoridade pelo bispado de Roma, como guardiã mesma da espiritualidade européia, a Igreja se incumbia no papel de orientar a tradição e conter as dissidências internas. É claro que tal autoridade implicava uma certa dose de abusos, já que uma parte do clero exigia o controle maior dos textos bíblicos e isso gerava proibições de acessos, a não ser por leituras autorizadas pelos bispos. Tal excesso de poder acabou por corromper, futuramente, a Igreja. Isso escandalizava o clero grego, muito mais liberal, no que diz respeito a leitura bíblica, já que se conheciam várias traduções vernáculas no mundo ortodoxo. Entretanto, a igreja ortodoxa compensava sua descentralização episcopal, com a unidade do império bizantino e sob determinados aspectos, as heresias causavam complicações teológicas e políticas sérias no mundo grego. A iconoclastia do século VIII foi um movimento herético liderado pelo imperador de Bizâncio contra as imagens. Influenciado diretamente pelos monofisistas e pelas crenças islâmicas e judaicas de repúdio a imagens, o império bizantino começou a destruir imagens de santos e proibir seus cultos. Isso levou o império a uma feroz briga entre uma parte do clero grego e romano contra os áulicos do imperador. E como não devia deixar de ser, descambou para violência, quando o Império mandou executar vários clérigos e súditos acusados de não acatarem aos caprichos imperiais. A estrutura política dos patriarcados gregos era precária, precisamente por carecer de uma unidade intrínseca, que era conjecturada somente pelo papa e pelo imperador. Com a excomunhão da Igreja Grega por Roma, em 1054, essa tendência centrífuga acabou por se fortalecer, até o ponto em que Constantinopla caiu, em 1453, destruindo um princípio de unidade política do clero grego.


A Igreja Católica Romana tinha uma situação muito mais complexa a resolver. Na verdade, uma boa parte das restrições bíblicas se deveu às heresias cátaras do século XIII, quando grupos fanáticos gnósticos começaram a apregoar doutrinas estranhas, fora do âmbito do cristianismo e da institucionalidade regular do clero. “Cátaro”, no grego, que dizer “puro”, e como partidários maniqueístas do bem e do mal, acreditavam na dissociação entre a carne e o espírito e em duas entidades divinas, Deus e Satã. Como criam que a carne era uma espécie de prisão do espírito, incentivavam o suicídio, o assassinato de mulheres grávidas e a total abstinência sexual. Negavam a autoridade dos eclesiásticos e do papa, e matavam muitos padres. E para subjugar a revolta, a Igreja teve que mover uma cruzada e o estabelecimento da Inquisição, para pacificar a região de Albi, na França, foco da heresia. No entanto, essa restrição era momentânea, variada de acordo com as tensões internas do mundo medieval. No geral, a bíblia latina era estudada, embora devesse ter o respaldo oficial e orientação da Igreja. Na prática, até o século XV, com a formação de uma elite leiga de letrados e o surgimento da imprensa, a publicação da bíblia no latim e mesmo nos originais em grego, acabou por disseminar a várias classes sociais ascendentes, que buscavam as letras. Até o advento do protestantismo, uma boa parte das classes letradas, sejam elas leigas ou eclesiásticas, viam com maus olhos a tradução da bíblia para o vernáculo. A Vulgata Latina de São Jerônimo tinha um profundo peso de tradição.


A unidade católica medieval também preservou o homem europeu de uma das maiores ameaças à sua autonomia política e sua liberdade: a expansão do islamismo. Entre os séculos de auge das cruzadas, um povo do Oriente particularmente atormentava o imaginário de ódio dos europeus cristãos medievais: os turcos. Convertidos ao islamismo, eram famosos pela truculência e pela crueldade, expandindo seus domínios sobre o Império Bizantino e mesmo sobre as possessões árabes e persas. A briga turca e cristã se iniciou quando os turcos seljúcidas (nome atribuido a seu lider, Seljuk) tomaram Jerusalém, no século XI e começaram a hostilizar os peregrinos cristãos que visitavam a Terra Santa. Os turcos profanavam os lugares santos cristãos da Palestina e saqueavam os peregrinos que visitavam a cidade de Jerusalém. Isso acarretou sentimentos hostis da Cristandade contra o Islã em geral, e os turcos, em particular. E em resposta ao apelo do imperador Alexius Comnenos, de Constantinopla, Urbano II conclamou aos cristãos se armarem contra os infiéis.

Os métodos cruéis dos turcos em relação aos dominados, eram conhecidos pelos cristãos. A execução mais comum que os invasores aplicavam aos dominados era a empalação, que consistia em enfiar uma estaca no ânus do condenado até sair pela boca. Saques, violências, escravidão e estupros acompanhavam a expansão turca, que ameaçava a Europa. Cidades da Europa Oriental eram atacadas e saqueadas e quando o sultão Maomé II tomou Constantinopla, a principal cidade da Cristandade no oriente, em 1453, causou uma profunda comoção na Europa. Com a conquista do império bizantino, o recém-formado império turco abriu as portas para o ocidente, hostilizando desde o continente até o Mediterrâneo. Muitos cristãos questionaram aos céus, o porquê da perda da grande cidade cristã do antigo império romano oriental. O impacto foi profundo e o ressentimento aumentou. No século XVI, o Império Turco atacava várias cidades do Mediterrâneo e do Leste Europeu. Guerras entre o Sacro Império e os turcos eram relativamente comuns, inclusive, no que diz respeito aos exércitos de Carlos V e seus domínios eslavos. A pirataria turca capturava navios europeus e gerenciava um comércio de escravos brancos, outrora patrocinados pelos árabes. Até o século XVIII, cerca de um milhão de europeus foram escravizados no Mediterrâneo e as mulheres brancas eram mandadas aos haréns ou aos prostíbulos.

No ano de 1571, os otomanos reuniram uma das maiores armadas que havia notícia, para atacar as cidades do sul da Itália e do Chipre e abrir as portas para a invasão da Europa pelo Mediterrâneo. Todavia, a Espanha católica, revigorada do espírito guerreiro da Reconquista e da Contra-Reforma, organizou uma Santa Liga Católica, junto com a República de Veneza, a Casa de Savóia, a Ordem de Malta, o reino de Nápoles e os Estados papais. Sob o comando do príncipe Dom João de Áustria, irmão do rei espanhol Felipe II, travou-se uma das maiores e mais ferozes batalhas navais da história: a batalha do Lepanto! Duzentos e quatorze navios cristãos enfrentaram bravamente duzentos e trinta grandes galeras turcas e esmagaram a Armada no golfo do Lepanto, na Grécia. A vitória cristã representou a completa salvação da Europa contra uma invasão otomana e selou o declínio da pirataria turca no Mediterrâneo. Mas, essa ameaça só terminou, de fato, no final do século XVII, quando os turcos, em cerco a cidade de Viena, no ano de 1682, foram derrotados pelos exércitos do Sacro Império e, pelo exercito polonês do nobre Jan Sarbierski. O Grão Vizir Kara Mustafá foi decapitado pelo sultão por ter perdido a batalha por Viena.



A obra de cavalaria de Jeanot Martorell, Tirant lo Blanc, contém sérias menções aos turcos: o personagem herói do livro, Tirant, consegue reconquistar o “império grego”, e converte todos os infiéis, na força, ao cristianismo. Em outro trecho da obra, um cavaleiro romano, núncio do papa, chega a Constantinopla e encontra o Imperador apático, diante do uso da principal Igreja Cristã da cidade, como estábulo para os cavalos (provavelmente Hagia Sofia). O nobre protesta contra a covardia do monarca, questionando o porquê de aceitar sujeitar-se aos turcos, essa “gente de pouco valor”, nas suas palavras.

Os turcos saqueavam a cidade, molestavam as mulheres e pilhavam tudo o que viam, quando entraram no templo e viram o fidalgo, junto com outros cavaleiros, rezando para o altar da Virgem Santíssima. Quando tentaram tirar o altar, o cavaleiro brandira a espada e ameaçava matar todos os que viessem a destruir a Igreja. Impressionado com a coragem do rival, o capitão turco, temeroso, acabou por ir embora e deixar a cidade, enquanto a ordem foi restaurada.

Em outro trecho da obra, um rei mouro invade o reino da Inglaterra. Quando o exército infiel é derrotado pelos cristãos, o líder das tropas, o conde e eremita Guilherme de Varoic eleva seu filho cavaleiro e, como iniciação, manda-o matar um mouro gigantesco capturado. Há uma cena bizarra no romance: o filho pega da espada e mata o mouro a duros golpes. O conde pega a cabeça de filho e o enterra nas feridas do cadáver, sujando-o de sangue. Tamanho anátema representava os islâmicos, que eram vistos como objeto de ódio pelos cavaleiros cristãos. Os turcos que o digam, na descrição do romance de Martorell. O imaginário da queda de Bizâncio é profundo em sua narrativa. Isto porque a obra foi escrita por volta de 1460, sete anos depois da conquista da cidade.

Esse imaginário refletiu na música. A canção anônima “L´homme Armée”, composta no século XV, refere-se a uma cruzada contra os turcos. Ela inspirou belas missas de um dos maiores gênios da polifonia flamenga medieval: Josquin Deprès. Não se sabe ao certo onde e quando nasceu, embora tradicionalmente afirmam ser em Hainaut, atualmente na Bélgica, em 1440. Josquin Deprèz teve sua educação inicial dentro das cortes francesas e, posteriormente, nas capelas papais. Serviu como maestro do Duque Ercole I, de Ferrara, por volta de 1503 e, fugindo de uma peste, acabou por aceitar a proteção dos príncipes franceses de Conde, como canônico da Colegiata Conde-sus-L´Éscault, falecendo nesta cidade, no dia 27 de agosto de 1521. As missas aqui expostas foram publicadas em 1502, quando de sua estada em Ferrara, pelo impressor Petrucci, e influenciaram profundamente a música renascentista.

A polifonia é uma estrutura de vozes, de tonalidades diferenciadas, que formam um conjunto musical harmônico. As primeiras polifonias foram desenvolvidas no século XI e faziam contraposição à homofonia, comum no canto gregoriano, onde somente uma voz é cantada no coral. Deprèz influenciou toda uma geração de músicos polifônicos europeus, desde Palestrina, Tomás de Victoria e Orlando de Lasso, até músicos protestantes, como o próprio Lutero. O termo “missa”, comum a esse tipo de gênero musical, expressa o sentido de liturgia da Igreja Católica e dos ritos e palavras do Canto Gregoriano: Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus, Benedictus e Agnus Dei. A presente obra expressa o espírito do cavaleiro armado, o fervor do homem medieval rezando, armado em defesa da Cristandade!
(Josquin Deprèz - Prov. 1440 - + 1521).
A Missa "L´homme Armée" - Super Voces Musicales.

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